Uma das coisas que me impressiona nas corridas de F-1 é o espetáculo proporcionado pelo “pit stop” – momento em que carros param para reabastecer, trocar pneus e efetivar ajustes importantes, inadiáveis.

Lembrei de outras “paradas” que precisamos fazer: estudar, amar, casar, descasar, apostar, perdoar, rir dos outros e de nós mesmos, e até chorar (também ensina). São algumas ações que só deveriam ser feitas depois de um “pit stop”. Sim, precisamos dele também para “colocar combustível”, “trocar pneus e limpar para-brisa”. Precisamos dessa parada para adquirirmos condições de vencer certas corridas nos inevitáveis embates da vida.

Mas não está fácil, muitos sabem o preço de tudo e não sabem o valor de nada… Pensam em ganhar dinheiro e realizar sonhos, esquecem de que, muitas vezes, percebemos a importância das pessoas e o valor das coisas só quando as perdemos…

Conservar amigos, cuidar da alma, entender que estamos aqui de passagem é um começo – daí a importância do “pit stop”! Mas sem permitir que mecânicos incompetentes “coloquem gasolina” demais ou de menos em nosso ego, ou esqueçam de limpar “viseiras” que protegem nossos olhos…

Muitos estão perdendo “corridas” nos boxes. Alguns param quando elas mal começam; outros, quando estão perdidas. Estamos vivendo uma fase de autossuficiência na qual a cultura da individualidade e do levar vantagem em tudo está (quase) vencendo. Conhecimento e esforço tornam-se supérfluos; o Google substitui “pit stops”, e pior, no modo automático…

De minha parte, continuo confiando na minha “escuderia”, no trabalho dos “boxes”. Nem sempre tenho sucesso, mas percebo que, quando passo batido, ficar no meio do caminho é uma possibilidade. Hoje fico sempre “de olho” nos “mecânicos” que sinalizam o momento do “pit”.

Meu sonho é de que voltemos para as “corridas” fortalecidos, reabastecidos (principalmente) de ternura e sentimento. Certamente nossas equipes deixarão os “motores” no ponto, com nossas mentes lúcidas e corações inteiros, em busca dos nossos sonhos.

Amém!